Família Saracura
Esboço Genealógico da Família Saracura, do agreste de Itabaiana
quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
terça-feira, 13 de janeiro de 2015
Acabo de ler o delicioso livro “Os Tabaréus do Sítio Saracura”, de Antônio Francisco de Jesus. Esse
livro, apesar de romancear a infância do autor nas malhadas de mandioca de sua
família nas terras de Itabaiana, termina retratando a infância de todo garoto
que nasceu e se criou no sertão antes das estradas asfaltadas, antes da energia
elétrica, antes do rádio e da televisão. Naquele tempo, não havia trator nem
máquinas agrícolas. Nem mesmo o rudimentar arado era conhecido naquelas paragens.
Os casais tinham muitos filhos, de preferência “filhos homens”, porque
precisavam de braços para a lavoura. As crianças, desde cedo, aos seis ou sete
anos, tinham de ajudar os pais na roça.
Tal
como o celebrado José Lins do Rego encantou o mundo das letras com o seu “Menino
de Engenho”, a mesma pujança é revelada por Antônio Francisco com “Os
Tabaréus do Sítio Saracura”, que
bem poderia ter por título “Menino de
Casa de Farinha” – mas é claro que um título como esse não empolga ninguém,
porque casa de farinha é coisa de pobre, nem de longe se compara a um engenho
de banguê. Só mesmo na minha cabeça, querer comparar a vida num sítio de
mandioca, cebola e inhame de um tabaréu desimportante com a vida nos canaviais
dominados pela figura patriarcal de um senhor de engenho!
Mas
ninguém se iluda. Antônio Francisco de Jesus, como um ourives da palavra,
transforma em jóias preciosas coisas corriqueiras do dia a dia. Conforme ele
próprio pondera, “Os Tabaréus do Sítio Saracura” é um livro que vem provar que gente comum também merece ter sua
história contada. Desde a primeira página, o leitor é seduzido a compartilhar
as aventurosas experiências de Tonho, um garoto cujo universo se resume
praticamente no sítio onde nasceu e se criou. Seu avô materno era um tabaréu
ilustrado – até sabia ler! Tinha uma porção de livros de cordel, com histórias
de João Grilo, Pedro Malazarte, Lampião... Aos domingos, filhos, netos e
vizinhos sentavam-se ao seu redor, no chão do telheiro, para ouvir o velho
Totonho Bernardino lendo um de seus romances. Totonho criava um clima para cada
história antes de começar a ler. Por exemplo, se o folheto escolhido era o do
pavão misterioso, ficava-se sabendo que a história se passara na Grécia, um
lugar que ficava muito longe, bem depois de Itabaiana, nas imediações de São
Paulo...
O
pai de Tonho, Zé de Pepedo, não perdia tempo com essas bobagens. Para ele, esse
povo que lê muito acaba ficando com o miolo mole. Receava que Tonho
não tinha futuro, era mais um demente na família: até a irmã mais nova já era
melhor que ele no manejo da enxada. – Acorda, Tonho! Mas que menino preguiçoso
é este, meu Deus?!
A
diversão de Zé de Pepedo era o trabalho, tocando roça, fazendo farinha,
tangendo burro, negociando na feira ou no mercado – trabalhava até quando
estava doente. Era um homem calado. Não gostava de brincar. Só cantava nas
farinhadas:
“Esta noite eu tive um sonho,
Deus me queira perduá:
Roubei Branca de Rufino
Pela
porta do quintá...”
Para
alfinetar o sogro, ele costumava dizer: – Todo matapoãzeiro ou é besta ou
sabido demais.
Desconfio
que Antônio Francisco de Jesus seja sabido demais. Pois não é que aquele menino
remelento e encatarrado que escapou de uma coqueluche, uma tosse braba que
nunca acaba, raspador de mandioca e chamador de boi, depois de bater mundo, terminou
sendo analista de sistemas de uma sociedade de economia mista, e, para
completar, deu até para fazer poesia!? Como diria o seu avô Totonho Bernardino
– ferreiro, rezador e raparigueiro nas horas vagas –, esse cabra se faz de
morto pra roubar o coveiro...
* * *
O
livro “Os Tabaréus do Sítio Saracura” faz parte de uma trilogia que se
completa com “Meninos Que Queriam Ser Padres” e “Tambores da Terra Vermelha”.
Fui
colega de Antônio Francisco de Jesus no saudoso Seminário de Aracaju. Cheguei
depois e saí primeiro. O Reitor era o Padre Carvalho, figura austera, mas
sempre correta. Já então Antônio Francisco mostrava
pendores para as letras: escrevia para O
Clarim, nosso jornal mimeografado, integrava o grêmio literário e
coordenava as publicações que saíam num mural denominado “Time and Life”. Quando
deixou o Seminário, passou a ser o redator do jornal A Cruzada. Ele procurou me incluir no jornal, cheguei a fazer
duas ou três reportagens, mas interrompi minha participação naquele semanário
porque fui morar no interior. Antônio Francisco continuou lá. Passou a fazer
também um programa diário na Rádio
Cultura, lendo crônicas de sua lavra. Estava preparando o terreno para ser
o grande escritor que hoje é.
Juntando
o que sei de sua vida e da saga de sua família – a família Jesus (os Saracura),
do lado paterno, e a família Oliveira (os Ferreiros), do lado materno, faço o
presente ensaio, acrescentando dados que apurei enquanto buscava subsídios para
o meu “Lampião – a Raposa das Caatingas”,
e termino descobrindo, para meu orgulho e honra, que tenho laços de parentesco
por afinidade com os Saracura. Laços longínquos, é verdade, mas que merecem ser
registrados.
Os
fundadores da antiga vila de Santo Antônio e Almas de Itabaiana foram os
Mendonça, os Teles, os Tavares, os Peixoto, os Nunes, os Mesquita, os Monteiro,
os Barbosa, os Oliveira, os Chagas, os Dória, os Barreto, os Jesus. Quase todos
eram cristãos-novos que obtiveram sesmarias no sertão por serviços prestados à
Coroa portuguesa nas lutas com os Tupinambás. Essa gente espalhou-se pelas
matas de São Paulo Moleque e pelas caatingas de Moita Bonita, Serra do Machado,
Saco do Ribeiro, Cruz das Graças, Queimadas, Lagoa da Mata e Maniçoba.
Neste
estudo, dou destaque à saga da família
Saracura. A história começa com um degredado judeu procedente da Holanda
que, para aplacar a fúria da Inquisição, se converteu ao cristianismo, assumindo
no batismo um nome que não dava margem a dúvidas quanto à nova fé – Francisco de Jesus, nome de santo. Francisco
ia à missa. Se confessava. Comungava. Mas guardava escondido no fundo falso da
mala um solidéu esgarçado... Emprestava dinheiro a juros. Quando o devedor não
pagava, ele tomava seu gado em pagamento, ou até mesmo suas terras. Foi assim
que se apossou do engenho de um padre endividado. Como não tinha vocação para
cuidar do engenho, Francisco arrendou-o a seu filho Antônio, que vivia com uma índia
chamada Candire, filha do cacique Saracura, da aldeia de
Muribeca. O povo passou a chamar o novo dono do engenho de Antônio Saracura. O engenho ficava na Terra Vermelha, acima da vila
de Itabaiana, na estrada de Candeias.
Inicialmente,
“Saracura” era apenas o apelido dos membros da família Jesus. Eles se uniram
aos Barreto, do Saco do Ribeiro, formando a linhagem dos Jesus Barreto, que por
sua vez se uniram aos Bezerra Lemos e aos Cearás.
A
ligação dos Jesus Barreto com os Bezerra Lemos iniciou-se quando a bela jovem Quintiliana de
Jesus Barreto, da Lagoa da Mata, nos
arredores do Saco do Ribeiro (atual Ribeirópolis), casou com Manoel Bezerra
Lemos, conhecido como seu Duda, da
fazenda Queimadas, no pé da Serra do Boqueirão. Duda e Quintiliana foram morar
na Barra das Almas, na beira do Rio Sergipe, onde nasceram os primeiros filhos.
Depois Duda se mudou para a fazenda Lagoa, perto da Boca da Mata, e em
homenagem à esposa ele deu à nova fazenda o nome de Lagoa da Mata (nome da
fazenda onde ela nascera, em Ribeirópolis). Duda e Quintiliana tiveram seis
filhos: José Bezerra Lemos (Zezé Bezerra,
que foi prefeito de Glória), Cícero
Bezerra Lemos (foi deputado estadual), Maria da Graça, Maria Izabel
(Doninha), Maria Rosa (Rosinha) e Maria Amélia.
Já a ligação dos Jesus Barreto com os Cearás se deu com o casamento
de José Ceará com Maria da Graça, sobrinha da referida
Maria Quintiliana de Jesus Barreto, unindo assim os Cearás às famílias Jesus
Barreto e Bezerra Lemos. Os Cearás traziam no sangue a valentia dos homens da
região do Cariri, nascidos que eram nos domínios do Major Zé Inácio do Barro, um dos maiores chefes de jagunços daquela
zona. Como se não bastasse, a esposa de José Ceará era tia do cangaceiro Manezinho da Barra das Almas. Por
conseguinte, Cícero Bezerra e Zezé Bezerra (que foi prefeito de Nossa Senhora
da Glória) eram primos carnais da esposa de José Ceará, e eram primos em
segundo grau do cangaceiro Manezinho da Barra das Almas.
Os Cearás eram uma família de retirantes que na seca de 1877 se estabelecera na região do
povoado Cruz do Cavalcante (atual Cruz das Graças). Essa família era oriunda de
Cuncas, à época município de Milagres, hoje município do Barro, no Ceará. O
chefe da família chamava-se Francisco Felipe dos Santos, ficando conhecido em
Sergipe como Chico Ceará. Tinha três
filhos (“os Cearás”): Antônio Felipe dos Santos, Andrelino Felipe dos Santos e
José Felipe dos Santos.
Este último era o famoso José Ceará, que se tornou um grande
produtor em Cruz do Cavalcante. Em homenagem à sua esposa Maria da Graça, o
povoado Cruz do Cavalcante denomina-se hoje Cruz das Graças. José Ceará e Maria
da Graça tiveram os seguintes filhos (conhecidos como “os Cearás”): Perciliano
(Percílio, primeiro prefeito de Cruz
do Cavalcante, atual Cruz das Graças – a sede do município passou depois a ser
Aparecida, antiga Maniçoba), Baltazar
(foi várias vezes prefeito de Ribeirópolis e deputado estadual – na época do
cangaço, chefiou uma volante, tendo travado quatro tiroteios com o grupo de Zé
Sereno), Fenelon, José (Zezé Ceará), Adolfo, Florival, Flora (casada com o coronel João Maria, da Serra Negra),
Guiomar, Jovelina, Ana, Dalva e Jaci.
Outro ramo dos Saracura (família Jesus) se estabeleceu na região
das Flechas, acima da vila de Itabaiana, espalhando-se dali pelas Candeias,
Serra do Machado e Moita Bonita. A referência mais remota desse ramo dos
Saracura era um homem conhecido como Chiquinho
Saracura. Seu filho Pepedo Saracura
casou com Santinha, tia de dona
Sinhá, esposa de Euclides Paes Mendonça,
o político mais importante da região até hoje.
Pepedo Saracura e dona Santinha tiveram oito filhos: João
Saracura, José de Pepedo, Pedro, Ulisses, Francisco (Chico Saracura), Dézi,
Zefa e Iaiazinha.
Esse ramo dos Saracura se uniu aos Oliveira com o casamento de José de Pepedo Saracura com dona Florita (Josefa Oliveira de Jesus),
bisneta de Chico Ferreiro, da
família Oliveira. Os Oliveira eram conhecidos como “Os Ferreiros”, em virtude
da profissão da família, que passava de pai para filho, fabricando artefatos de
ferro: enxadas, foices, peixeiras, armadores de redes, ferro de rodas de carros
de bois.
O tronco dos Oliveira era um português chamado José Antônio Oliveira, que se instalara
primeiro na capital da Bahia, onde tinha uma tenda perto do cais do porto, e,
tendo fugido com a mulher de um açougueiro, veio para Sergipe, para pedir
proteção a um amigo também português chamado Diogo Fosco, que obtivera uma
sesmaria na zona de Itabaiana.
José Antônio fixou-se numa aldeia de índios no lugar denominado
Matapoã, onde montou sua tenda de ferreiro. Com muito trabalho e a ajuda do
amigo Diogo Fosco, José Antônio prosperou, tornando-se dono de roças de
mandioca e fazendas de gado.
Um descendente de José Antônio, conhecido como Chico Ferreiro, morava na fazenda Mocó,
onde ganhava o pão fabricando enxadas e foices. Seu filho mais velho, Bernardino, tinha uma malhada de
mandioca e criava gado numa nesga de terra da fazenda Mocó, herdada do primeiro
casamento. Numa seca, aporrinhado com a situação do pequeno criatório e sem ter
a quem vender as enxadas e foices que fabricava, Bernardino vendeu a fazenda a
Alexandre Fava Pura, que era seu genro, comprou uns burros e tornou-se
tropeiro, passando a transportar farinha de mandioca de Matapoã para Maruim e
trazendo de volta açúcar, sal e cachaça. Mas Bernardino não largou a antiga
profissão de ferreiro. Sempre que ia a Maruim, trazia peças de ferro para
transformar em instrumentos agrícolas em sua tenda. Numa dessas viagens, morreu
atropelado por um trem, quando tentava puxar um burro novo de primeira viagem
que amuara bem em cima dos trilhos.
Um filho de Bernardino, Totonho
Bernardino, casou com dona Céu,
filha de Nicolau Norato (descendente do citado Diogo Fosco, português) e Maria
Capitinga (descendente de um soldado holandês, desgarrado do exército do
príncipe Maurício de Nassau).
Da união dos Saracura (família Jesus) com os Oliveira (os
Ferreiros), resultou que boa parte das terras acima da vila de Itabaiana
pertencia a eles: os Saracura ocupavam a região entre a vila, Serra do Machado,
Candeias e Moita Bonita, e os Ferreiros eram donos de sítios que iam desde as
Flechas até Matapoã.
Fato curioso: Lampião
esteve no sítio Flechas, por ocasião da seca de 1932, uma das maiores secas
do século, só comparável com a de 1915. Em sua constante tática de
deslocamentos, Lampião saiu da Serra Negra (atual Pedro Alexandre), vagueou
pelas caatingas de Carira, Paripiranga e Bom Conselho (Cícero Dantas), e no dia
14 de agosto de 1932 atacou propriedades em Aribicé. De volta a Paripiranga, Lampião encontrou Corisco.
Embora estivessem de relações abaladas, seguiram juntos para Sergipe. De certo
modo, fizeram as pazes, embora com desconfianças recíprocas. Maria Bonita
sequer olhava para Corisco e evitava conversa com Dadá. O bando rumou para
Itabaiana. Passou rente à cidade, a menos de meia
légua, indo acoitar um pouco acima, nas Flechas,
à sombra das moitas de um riacho, no sítio de Totonho Bernardino. Lampião tinha um trato com um coiteiro que
morava na Várzea do Gama. Na passagem do Rio Jacaracica, parou na bodega de João de Ioiô para comprar mantimentos.
A mulher do bodegueiro, que tinha fama de abusada, quis mostrar que fazia jus à
sua fama e saiu à porta gritando impropérios. Lampião mandou um cabra segurar a
malcriada e deu-lhe umas rebengadas com gosto. João de Ioiô implorava: – Perdoe
ela, Capitão! A bodega é toda sua! Pode pegá o qui quisé... – Lampião atendeu
aos apelos, mas com uma condição: para que a patroa deixasse de ser desaforada,
ela mesma teria de preparar comida para os meninos. Mandou matar cinco galinhas
e dois capões gordos. Nessa viagem, Lampião esteve pela terceira vez em Alagadiço,
município de São Paulo (atual Frei Paulo). Não houve violência. Lampião levou
quatro animais de montaria de um marceneiro chamado Mestre Cecílio e dois de
sua irmã, Glória, mulher de Aurelino Guimarães, que era o delegado. Mandou um
recado para o coronel José Melquíades para lhe enviar 5
contos de réis. Provavelmente pretendesse entrar em São Paulo, desistindo desse
intento ao saber da forma como Maurício Ettinger tinha organizado a defesa da
cidade. Seguindo em direção ao São Francisco, no dia 15 o bando foi atacado de
surpresa pela volante de Manoel Neto na fazenda Cana Brava, a noroeste de
Curituba. Terminado o tiroteio, quando os soldados foram inspecionar o local
encontraram uma criança no chão.
* * *
Quando menino, no sítio da Terra Vermelha, Antônio Francisco era
chamado de Tonho Sanhaço. No
Seminário, era simplesmente Antônio. Agora, sessentão, ri feliz quando é
chamado de Antônio Saracura, ou
simplesmente Saracura. Está desse
modo resgatando o passado: Antônio Saracura, casado com uma índia pegada a laço
da aldeia de Muribeca, é como era chamado em priscas eras o filho de Francisco de Jesus, patriarca da
família Saracura, um degredado judeu que emprestava dinheiro a juros aos
tabaréus endividados. E, para evocar ainda mais suas raízes – isto é comovente
–, Antônio Francisco deu a uma de suas filhas o nome de Candire, que era o nome da índia tupinambá pegada a laço no mato,
filha do cacique Saracura, e a outra filha ele deu o nome de Moara, que era o nome da filha do
cacique Tupanã, batizada como Maria Tereza, desposada por Diogo Fosco, capitão português que obteve de Cristóvão de Barros uma sesmaria onde hoje ficam as Flechas, nos
arredores de Itabaiana, sendo esse Diogo Fosco um ancestral de dona Céu, avó de Antônio Francisco. Seu
filho chama-se Raoni, nome que remete ao líder caiapó que simboliza a luta pela
questão ambiental, em especial a luta pela preservação da floresta amazônica
(uma luta perdida, pois a floresta amazônica não tem salvação, como o próprio
planeta Terra também).
Eis, a seguir, as anotações de que disponho sobre a árvore
genealógica dos Saracura e dos Ferreiros e suas ligações com outras famílias da
região:
A – Família Jesus (família
Saracura)
Tronco: Francisco de Jesus (Chiquinho Saracura), descendente de um judeu
homônimo, degredado da Holanda, pai do antigo dono do engenho Saracura, na
Terra Vermelha.
Filhos de Chiquinho
Saracura:
F.1 – Pepedo Saracura, c.c. Santinha (tia de
dona Sinhá, esposa de Euclides Paes Mendonça, o político mais importante de
Itabaiana, até hoje). Filhos:
N.1.1
– José de Pepedo (Zé de Pepedo
Saracura), c.c. Florita (Josefa
Oliveira de Jesus), da família dos Ferreiros (ver item B - BN.1.16.1)
BN.1.1.1 – José
Fernandes (faleceu ainda criança)
BN.1.1.2 – Maria Inês (Marinês),
c.c. Lau Tenente
BN.1.1.3 – Antônio Francisco de Jesus (Antônio Saracura), c.c. Josefa
Iracilda Pinheiro de Jesus (Cida).
Filhos:
TN.1.1.3.1
– Raoni
TN.1.1.3.2
– Moara
TN.1.1.3.3
– Candire
BN.1.1.4 – Lourdinha,
c.c. Castelo. Filhos:
TN.1.1.4.1
– João
TN.1.1.4.2
– Marcos
TN.1.1.4.3
– Lucas
TN.1.1.4.4
– Mateus
TN.1.1.4.5
– Vanessa
TN.1.1.4.6
– Sara
BN.1.1.5 – Bernadete de
Jesus, c.c. o primo Tonho de dona Dézi. Filhos:
TN.1.1.5.1
– Rejane
TN.1.1.5.2
– Débora
TN.1.1.5.3
– Nara
BN.1.1.6 – Maria do
Carmo (falecida)
BN.1.1.7 – José Silva
(Silva), c.c. Rita. Filhos:
TN.1.1.7.1 – Cristiane
TN.1.1.7.2 – Adriana
TN.1.1.7.3 – Bruno
BN.1.1.8 – Jaime
(Pebinha), c.c. Vera. Filho:
TN.1.2.8.1
– Ânderson
BN.1.1.9 – Oliveira
(Liveira), c.c. Léa. Filhos:
TN.1.1.9.1
– Fabinho
TN.1.1.9.2
– Fabiana
TN.1.1.9.3
– Daniela
BN.1.1.10 – José Luiz de Jesus (Pitombinha)
BN.1.1.11 – José, c.c. Sueli e depois com Marta. Filhos:
TN.1.1.11.1
– Monise
TN.1.1.11.2
– Maeva
TN.1.1.11.3
– Felipe
BN.1.1.12 – Antônio Fernandes (Fernandes). Casou duas
vezes.
Filha
do primeiro casamento, com Rosa:
TN.1.1.12.1
– Carolina
Filha
do Segundo casamento, com Rita:
TN.1.1.12.2 – Júlia
BN.1.1.13 – Neuza Maria, c.c. Adler. Filhos:
TN.1.1.13.1 – Ígor
TN.1.1.13.2 – Adler Júnior
N.1.2 – João
Saracura (Joãozinho Garganteiro)
N.1.3 – Pedro
N.1.4 – Ulisses
N.1.5 – Francisco (Chico Saracura)
N.1.6 – Iaiazinha
N.1.7 – Dézi, c.c. José de Matos
N.1.8 – Zefa
F.2 – Chagas
F.3 – Mané José
F.4 – Domingos
F.5 – Maria das
Graças
F.6 – Iaiá
B – Família Oliveira (os
Ferreiros)
Tronco: Chico Ferreiro. Filhos:
Tronco: Chico Ferreiro. Filhos:
F.1 – Bernardino. Filhos:
N.1.1 – Francisco
N.1.2 – Libânio
N.1.3 – Agnelo
N.1.4 – Ana
N.1.5 – Zefa
N.1.6 – Sinhazinha
N.1.7 – Neve
N.1.8 – Tereza
N.1.9 – Lozinha
N.1.10 – Firmina
N.1.11 – Felismina
N.1.12 – Servina
N.1.13 – Neném
N.1.14 – Francisca, c.c. seu tio
Francisco
N.1.15 – Maria (Lilia), c.c.
Alexandre Fava Pura
N.1.16 – Antônio (Totonho Bernardino), c.c. Céu, filha de Nicolau Norato
(descendente de Diogo Fosco e da índia Maria Tereza – Mohara –, filha do
cacique Tupanã) e Maria Capitinga (descendente de um soldado holandês,
desgarrado do exército de Maurício de Nassau).
Filhos
de Totonho Bernardino e Céu:
BN.1.16.1 – Florita
(Josefa Oliveira de Jesus), c.c. Zé de
Pepedo Saracura (ver item A - N.1.1)
BN.1.16.2
– Sílvio
BN.1.16.3
– Homero
BN.1.16.4
– José
BN.1.16.5
– Nete, c.c. Moisés de Lourdes
BN.1.16.6
– Marialurdes, c.c. Elpídio
BN.1.16.7
– Natália, c.c. Sílvio Queimado
BN.1.16.8
– Caçulinha
BN.1.16.9
– Bernadete
F.2 – Zentonho
F.3 – Benvindo
F.4 – Francisco, c.c. sua sobrinha Francisca
F.5 – Nonô
C – Famílias Bezerra Lemos e
Jesus Barreto
A ligação dos Bezerra Lemos
com a família dos Jesus Barreto
remonta aos fins do século XIX, quando Manoel Bezerra Lemos (Duda) casou com Maria Quintiliana de Jesus Barreto, da Lagoa da Mata, nos arredores
do Saco do Ribeiro (atual Ribeirópolis). Duda e Quintiliana foram morar na
Barra das Almas, na beira do Rio Sergipe, onde nasceram os primeiros filhos.
Depois Duda se mudou para a fazenda Lagoa, perto da Boca da Mata, e em
homenagem à esposa ele deu à nova fazenda o nome de Lagoa da Mata (nome da
fazenda onde ela nascera, em Ribeirópolis).
Os Bezerra chegaram ao sertão
de Sergipe em meados do século XIX, fugindo de antigas guerras de famílias no
Ceará. Descendem dos Bezerra de Menezes de Juazeiro do Norte (CE). Tinham laços
de família com os Lemos, de Penedo e
Mata Grande (AL).
Um desses Bezerra Lemos se estabeleceu ao lado da Serra do Boqueirão,
perto do Saco do Ribeiro (Ribeirópolis). Tornou-se vaqueiro de um forasteiro
rico conhecido simplesmente como Cavalcante.
Esse Cavalcante era alagoano. Havia assassinado em Alagoas um senhor de engenho
que desonrara sua filha, e fugira para Sergipe. Cavalcante morara em Riachuelo
e depois se mudara para o sertão, tornando-se um grande plantador de algodão na
zona do Saco do Ribeiro. Os parentes do morto por fim o localizaram e o mataram.
No local da morte foi fincada uma cruz de madeira, e o lugar passou a ser
chamado Cruz do Cavalcante (atual Cruz das Graças). A viúva de Cavalcante
casou-se com o vaqueiro da fazenda e, a fim de apagar vestígios do nome
Cavalcante, por temer novas tragédias, registrou seus quatro filhos com o
sobrenome do novo marido – Bezerra Lemos. Os filhos são estes:
F.1 – Manoel Bezerra Lemos (Duda).
Duda casou duas vezes. O primeiro casamento foi com Maria Quintiliana de Jesus
Barreto (Maria Quintiliana Lemos), da Lagoa da Mata, município de Ribeirópolis.
Filhos:
N.1.2 – Cícero
Bezerra Lemos (foi deputado estadual), c. c. Maria Aliete Lemos, filha de Luiz do
Cumbe e Petronila Maia Santos (Iaiá)
N.1.3 – Maria da Graça, c. c. Antônio Francisco de Souza
(Totonho de Simplício)
N.1.4 – Maria Izabel (Doninha), c. c. Belizário Teles
Góis
N.1.5 – Maria Rosa (Rosinha), c. c. Francisco Soares
N.1.6 – Maria Amélia, c. c. Pedro Moura
F.2 – João
Bezerra Lemos (Janjão), c. c.
Patucha
F.3
– André Bezerra Lemos (André da Grota do Boi), c. c. Joaninha.
Filhas:
N.3.1 – Maria Bezerra, c. c. o
cangaceiro Manezinho da Barra das Almas (Manoel
Antônio dos Santos)
N.3.2 – Iaiá, c. c. Joaquim
Mendonça (Joaquim da Grota do Boi)
F.4
– Margarida Bezerra Lemos (Sá Margarida), c. c. o primo Pedro Bezerra
Lemos (Pedro Pintado). Filha:
N.4.1 – Pastora Bezerra Lima (Pastorinha
Bezerra), c. c. Manoel dos Santos Lima (Manoel de Pastora). Filho:
BN.4.1.1 – José Bezerra Lima Irmão (Zé Bezerra,
Zé de Pastora)
D – Os Cearás, os Bezerra
Lemos e os Jesus Barreto
Na seca de 1877, na região onde hoje fica o
povoado Cruz do Cavalcante, estabeleceu-se uma família de retirantes oriunda de
Cuncas, à época município de Milagres, hoje município do Barro, no Ceará. O
chefe da família chamava-se Francisco Felipe dos Santos, ficando conhecido em
Sergipe como Chico Ceará. Tinha três
filhos (“os Cearás”): Antônio Felipe dos Santos, Andrelino Felipe dos Santos e
José Felipe dos Santos.
Este último, conhecido como José Ceará, casou com Maria
da Graça, sobrinha da referida Maria Quintiliana de Jesus Barreto (item C),
unindo assim os Cearás às famílias Jesus Barreto e Bezerra Lemos. A esposa de
José Ceará era tia do cangaceiro Manezinho
da Barra das Almas. Por conseguinte, Cícero Bezerra (irmão de Zezé Bezerra,
que foi prefeito de Nossa Senhora da Glória) era primo carnal da esposa de José
Ceará, e era primo em segundo grau do cangaceiro Manezinho da Barra das Almas.
José Ceará tornou-se grande produtor em Cruz do
Cavalcante. Em homenagem à sua esposa Maria da Graça, o povoado Cruz do
Cavalcante denomina-se hoje Cruz das Graças. José Ceará (José Felipe dos
Santos) e Maria da Graça tiveram os seguintes filhos (conhecidos como “os
Cearás”): Perciliano (Percílio,
primeiro prefeito de Cruz do Cavalcante, atual Cruz das Graças – a sede do
município passou depois a ser Aparecida, antiga Maniçoba), Baltazar (foi várias vezes prefeito de Ribeirópolis e deputado
estadual – na época do cangaço, chefiou uma volante, tendo travado quatro
tiroteios com o grupo de Zé Sereno), Fenelon, José (Zezé Ceará), Adolfo,
Florival, Flora (casada com o coronel
João Maria, da Serra Negra), Guiomar, Jovelina, Ana, Dalva e Jaci.
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